É claro que todos nós já encontramos um jeitinho de cortar o tomate, a couve e até a cebola (já conversamos como não chorar cortando cebolas aqui). O que parece simples, pois é só manter um band-aid por perto, é também complexo. Sim, existem técnicas de corte explicadas em livros de culinária e essenciais na formação de um bom cozinheiro ou chef.
Óbvio que as técnicas de corte são mais perfeccionistas, mas também agilizam e dão segurança ao processo. Fora isso, manter cada pedaço do alimento no mesmo tamanho, possibilita o cozimento proporcional e harmoniza seu gosto no prato. Por isso as trago aqui. Pegue uma faca afiada e vamos a elas:
Corte à Julienne
É o corte em pequenas fatias finíssimas (1 mm) que pode ser executado em diversos vegetais e legumes.
Descasque o legume, retirando as arestas, até que se forme um paralelepípedo. Agora, com os dedos voltados para dentro (é a técnica base contra o rolamento de sangue), corte em fatias bem, mas beeeem finas.
O vídeo abaixo mesmo em inglês ilustra bem o corte julienne (quem quiser, pode acrescentar a legenda em português ou mesmo sem áudio), mostrando o passo a passo.
Sim, realmente nos legumes é desperdício aparar as arestas, mas é a busca da perfeição que faz muitos restaurantes cortá-las sempre simetricamente. Você não precisa repetir sempre em casa.
Já as cebolas à julienne ficam lindas em meia lua e sem desperdício. Descasque a cebola, corte pela metade (sem retirar as raízes para para não desmontá-la). Com dedos virados para dentro, fatie a cebola bem fininha. E voilà!
#VainoPrato
Normalmente eu utilizo essas cebolas à julienne nas saladas e no tabule. Cruas mesmo! O corte minimiza a acidez da cebola. Agora, para diminuir ainda mais, depois de cortadas, lave-a em água corrente ou mesmo deixe de molho em água gelada por 5 a 10 min. Gostosa, crocante e algumas cebolas ficam até docinhas! Principalmente a cebola roxa. Experimente!
Corte Mirepoix
Esse é o micro corte em cubinhos com menos de 2mm de verduras e legumes. Para executá-lo é simples: uma vez que já realizou o corte julienne, corte na transversal para cortar em mínimos cubos. Sempre com a ponta dos dedos voltadas para dentro,
#VainoPrato
O mirepoix é o corte utilizado no molho à campanha/ vinagrete do churrasquinho do fim de semana.
Corte Bâtonnets
O bâtonnets é o corte em bastões de até 5mm de espessura. Para isso, corte o legume escolhido em forma de paralelepípedo, sempre aparando as arestas e, em seguida, em bastões de 1/2 cm de largura como descrito no passo-a-passo abaixo.
#VainoPrato
Uma boa dica é cortar uma porção de cenoura, pepino e salsão em bâtonnets, fazer um molho a base de azeite, molho de soja e meio limão espremido com um toque de gergelim e servir como petisco. Parece muito "natureba", mas duvido você parar de comer. Tem até nome italiano para servir verduras assim: pinzimonio. Escolha o seu molho preferido e petisque!
Esse é o corte em pequenos cubos (acima de 2mm), seja para cebola, abobrinha, batata etc.
#VainoPrato
O corte brunoise é o corte indicado para o preparo de maionese. Agora diz: o corte regular não facilitaria o cozimento proporcional da sua batata e da sua cenoura?
#MaisdeQuê
O corte Ciseler consiste na cebola também cortada em pequeno cubos que colocarei aqui como adendo do brunoise. Obviamente, por causa do formato da cebola, as etapas são um pouco diferentes. Descasque a cebola, corte pela metade, não retirando a sua raiz para que as pétalas da cebola não desmontem. Com uma metade da cebola, faça dois cortes horizontais paralelos a tábua. Depois, vários cortes verticais. Em seguida é só picar em pequenos cubos com cortes perpendiculares.
Se você se perdeu um pouco com a descrição acima, só acompanhar o vídeo a seguir que entenderá melhor.
Esse sim é uma técnica de corte da cebola que é impressível para o dia-a-dia.
#MaisdeQuê
O corte concassé é específico para o tomate pelado! Ele possui 2 etapas: primeiramente se retira a pele do tomate, depois retira-se as semente e por fim corta-se em cubos de 5mm. Para compreender direitinho, siga o vídeo abaixo.
Corte Macédoine
O corte macédoine é um corte em cubos maiores, superior a 5mm. Utilizando as mesmas etapas do modo brunoise, faça os cortes dos legumes, mas mantendo tamanho superior. Como explicado no vídeo a seguir.
#VainoPrato
Esses cortes de tamanho maiores são indicados para os cozidos, pois requer maior tempo no fogo a ponto de encorpar com os temperos.
O corte em rodelas não é diferente do que todos conhecem. O importante é manter o corte com o mesmo tamanho pra o melhor cozimento do legume. A seguir, o vídeo retira qualquer tipo de dúvida.
#MaisdeQuê
O corte émancer também é o corte em rodelas, mas específico para os alimentos em camadas como cebolas e alho poró. Só lembrando em manter as pontas dos dedos para dentro para evitar que se machuque (estou repetitiva, eu sei).
#BomSaber
No caso da cebola em rodelas, essa é a forma que mais rompe as suas células. Por isso, liberando mais líquido. Por consequência, mais lágrimas e maior acidez para o prato.
Corte Hacher
Tudo picadinho! Sem dramas! O corte hacher é o picadinho comum em temperos e ervas como a salsinha. De modo rústico ou procurando mínimos pedacinhos (quase pó), não existe técnica certa, mas sim uma questão de tempo e paciência. Capriche!
#MaisdeQuê
Existe uma faca especial, a meia lua, que é prática para o corte hacher, mas dispensável. Agora, se você se perguntou anos qual era a finalidade da tal faca, saiba que ela não é uma arma branca medieval e serve para salsinha mesmo.
#PontoCerto
Você pode não ser fã do verdinho, mas o fato é que a salsinha e a cebolinha devem ser os últimos a serem acrescentados em um prato. Quando pronto, desligue o fogo e salpique (para enfeitar) e misture (se for temperar). Assim, além do sabor, fica o frescor dos temperos.
Corte Chiffonade
O corte chiffonade é fatias de verduras em folhas. Sim, é a couve mineira refogadinha que acompanha aquela feijoada.
O básico desse corte consiste em lavar as folhas, empilhar e enrolá-las (para facilitar) e cortá-las. O engraçado é que a prática brasileira de cortar pacientemente a couve fininha fininha nem é comum lá fora. Então, esfrie a cabeça que fazemos até melhor!
#VainoPrato
Amplie os seus horizontes! O refogadinho com couve no azeite e alho (alguns com bacon) também pode ser executado com outras folhas. Normalmente, as folhas verdes escuras são repletas de ferro e nutritivas, por isso, faça o refogadinho com as folhas da couve-flor, do brócolis e até mesmo do espinafre. A técnica do corte chiffonade é a mesma e ainda evitando o desperdício!
Corte Noisette
O corte noisette é o famoso corte bolinha com referência ao tamanho das avelãs. Ele é o ideal para frustas e atrai a criançada, mas só é possível com um instrumento de corte específico para se fazer a esfera. No caso, um boleador (de qualquer tamanho) ou pode improvisar com o boleador de sorvete.
#VainoPrato
Qualquer salada de frutas fica chique com esse tipo de corte (uma goumertização, né?). Mas a atração também pode ser pra criançada, aí vale botar uma calda como mel, leite condensado e chocolate para ficar mais atrativo, acrescentando uma calorias a proposta e, claro, um sorriso aos olhos.
***
No início do post, eu quis trazer alguns cortes que poderiam facilitar a sua vida e mesmo ambientar você com algum vocabulário encontrado em um livro de culinária encontrado aqui ou ali. Depois, me espantei e quase me perdi! Mesmo assim, fiz uma seleção dos que considero os principais cortes ou mais úteis para o dia-a-dia (e até para um fim de semana especial).
Uma vez quase fui esfaqueada por uma japonesa ao perceber minha impaciência ao cortar verduras. Eles estão certos! Alimentos bem cortados, respeitando a mesma proporção facilitam o cozimento regular e harmonizam o sabor nos pratos executados. Nada como um belo prato! Espie só!
#Pitadas:
Dulce Delight
Técnicas Culinárias - Le Cordon Bleu
Samba Cooking
http://www.wikihow.com/
http://www.hola.com/cocina
http://jefouinetufouines.fr
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